Desde o meu último post (aqui), dei a dica de que estava a viver noutro sítio. Hoje, venho esclarecer-vos as dúvidas.
Depois de ter estagiado durante três meses na NIT – uma revista digital de lifestyle –, algo me aguardava: uma experiência profissional no estrangeiro.
Foi a meio do verão que esta oportunidade surgiu. A minha meia-irmã, que vive na Dinamarca, estava a passar o verão em Portugal, e viu-me num desespero pós-licenciatura. Entre saltos na piscina e mergulhos no mar, eu estava a preparar-me para o mundo semi-real ('semi', porque estaria à procura de um estágio a curto prazo e sem repercursões de efectividade). A ânsia de querer arranjar algo, e algo de que gostasse, estava a aumentar, aliado ao facto de não saber se estava sequer preparada para entrar neste mundo.
Após ter enviado uns 10 CVs e cartas de apresentação e de não ter obtido nenhuma resposta – ter sido a meio do verão também não ajudou –, a minha irmã veio "salvar-me". Ela propôs que eu fosse viver com ela em Copenhaga e que arranjasse algo por lá.
Depois de um anúncio na sua página de Facebook, surgiu uma oferta (e com indícios de pagamento). Estaria tudo arranjado para eu ir fazer um marketing training logo em Setembro, até que, a duas semanas de ir, recebo um email da NiT a chamar-me para uma entrevista (esta teve duas fases: a primeira, uma entrevista/conversa e, a segunda, um teste onde teria de encontrar um sítio completamente novo em Lisboa, e que não tivesse sido falado ainda pela plataforma, e escrever um artigo com a linguagem da NiT – escusado dizer que foi uma missão quase impossível).
foto de ICM
Ao conseguir o estágio na revista online, decidi ficar por Lisboa e começar a minha experiência profissional num ambiente caseiro. Foi arriscado, pois poderia perder a oportunidade paga na Dinamarca, mas foi na NiT que cresci: percebi como o mundo gira, como as pessoas precisam das outras pessoas, de que a comunicação é o bem mais precioso. Percebi como funciona uma revista, como as pessoas se comportam num meio de trabalho mais descontraído e que técnicas utilizam para obter informação. Aprendi a escrever algo cativante e a estar em cima de cada novo evento. Sujeitei-me à "escravatura" laboral por iniciativa própria e senti-me realizada com cada peça de notícia publicada em meu nome.
Foi na NIT que me encontrei dentro de um núcleo de informação e onde vivi a experiência de trabalhar para uma "fábrica" de notícias. Sem este primeiro estágio, nunca teria a ousadia de perguntar a pessoas estranhas o que fazem e que detalhes me poderiam dar, nem de me meter num backstage da Elite Model Look à procura do meu lugar, porque sendo press eles queriam-me lá dentro.
Foram três meses intensos, com altos e baixos, com momentos de agitação, diversão e, por vezes, sim, monotonia. Mas foi a minha primeira experiência de trabalho e mudou-me.
Agora, o UPDATE per se. O estágio remunerado na Dinamarca esperava-me. Foi a 3 de Janeiro deste ano novo que comecei a fazer a mala para vir passar uns dos três meses mais frios e para trabalhar com pessoas estranhas a mim (e que falam uma língua ainda mais estranha – acreditem, dinamarquês é do género de um mandarim com alemão, impossível de se perceber).
Sim, foi difícil. Eu sempre fui de aventuras, de conhecer novos sítios e começar novas rotinas, mas estando numa relação, tudo se torna mais difícil. Quando fui viver para os Estados Unidos em 2011 durante um ano, não pensei duas vezes nem olhei para trás. Okay que ia deixar a minha família e amigos, mas sabia que iam lá estar quando voltasse. No entanto, quando se tem uma pessoa mais próxima do que um amigo, a situação fica mais intensa e dramatizante. Eu sabia que tinha de agarrar a oportunidade, por muito que nos custasse. Debatia-me constantemente e pensava, "será que a minha vida profissional é mais importante do que a pessoal?". Porque, na verdade, quando não se está bem pessoalmente, o desempenho profissional não será o melhor. Prometemos fazer FaceTime todas as noites e falar sempre que pudessemos pelo Whatsapp. Prometemos, ainda, encontrar-nos pessoalmente a cada três semanas e marcámos possíveis datas para que pudessemos ansiar o dia em que nos vissemos (e não deprimir pelo facto de ainda faltarem 120 dias até o tal chegar).
Os dias anteriores à partida foram tristes. O embarcar sozinha e voar durante três horas a chorar também foi uma figura triste. A primeira noite é sempre a pior, mas depois, quando se entra na rotina e se tem de mostrar uma carinha bonita, a tristeza é disfarçarda e, eventualmente, as saudades atenuam. É o processo de uma relação à distância.
Em relação ao estágio.O trabalho cá tem sido caótico: estou encarregue de quatro marcas diferentes – pois o sistema de trabalho cá é baseado na igualdade entre funcionários, ou seja, não há hierarquia e tenho de fazer tanto ou mais do que os meus superiores (o que adiciona um stress-zinho extra a cada dia, mas dá "pica"). Além de gestora de redes sociais e assistente de marketing de três marcas de roupa (o sítio onde trabalho serve de distribuidor principal da FILA, Replay e Le Coq Sportif para a Dinamarca e para o resto da Escandinávia, por isso é um big deal), desempenho também a função de gestora de marca. Esta marca que giro está associada a um serviço de subscrição de produtos orgânicos que são entregues todos os meses à porta dos inscritos – esta marca é tão interessante, apaixonante e cheia de potencial que irei falar mais sobre ela soon.
Foram três meses intensos, com altos e baixos, com momentos de agitação, diversão e, por vezes, sim, monotonia. Mas foi a minha primeira experiência de trabalho e mudou-me.
Agora, o UPDATE per se. O estágio remunerado na Dinamarca esperava-me. Foi a 3 de Janeiro deste ano novo que comecei a fazer a mala para vir passar uns dos três meses mais frios e para trabalhar com pessoas estranhas a mim (e que falam uma língua ainda mais estranha – acreditem, dinamarquês é do género de um mandarim com alemão, impossível de se perceber).
Sim, foi difícil. Eu sempre fui de aventuras, de conhecer novos sítios e começar novas rotinas, mas estando numa relação, tudo se torna mais difícil. Quando fui viver para os Estados Unidos em 2011 durante um ano, não pensei duas vezes nem olhei para trás. Okay que ia deixar a minha família e amigos, mas sabia que iam lá estar quando voltasse. No entanto, quando se tem uma pessoa mais próxima do que um amigo, a situação fica mais intensa e dramatizante. Eu sabia que tinha de agarrar a oportunidade, por muito que nos custasse. Debatia-me constantemente e pensava, "será que a minha vida profissional é mais importante do que a pessoal?". Porque, na verdade, quando não se está bem pessoalmente, o desempenho profissional não será o melhor. Prometemos fazer FaceTime todas as noites e falar sempre que pudessemos pelo Whatsapp. Prometemos, ainda, encontrar-nos pessoalmente a cada três semanas e marcámos possíveis datas para que pudessemos ansiar o dia em que nos vissemos (e não deprimir pelo facto de ainda faltarem 120 dias até o tal chegar).
Os dias anteriores à partida foram tristes. O embarcar sozinha e voar durante três horas a chorar também foi uma figura triste. A primeira noite é sempre a pior, mas depois, quando se entra na rotina e se tem de mostrar uma carinha bonita, a tristeza é disfarçarda e, eventualmente, as saudades atenuam. É o processo de uma relação à distância.
Já lá vão duas semanas de trabalho e de rotina nova, de novos contactos, de estar com a parte da família que normalmente só via uma vez por ano. Tenho comido muito danish smørrebrød, o tal pão escuro com carnes frias ou salmão por cima, molho, cebola frita e pepino; tenho ido ao ginásio e tenho tido muito frio fora de casa (a média tem rondado os 0ºC) – o que vale é que no interior das casas e do escritório pode-se estar quase de t-shirt.
Já visitei o centro, descobri 10 cafés que quero visitar e partilhar convosco aqui pelo blog e já tenho planos de viagens para fazer a partir de Copenhaga – a vantagem de estar cá mais para cima na Europa é a curta distância a que me encontro de grandes cidades.
Por isso, não é o fim do mundo... pelo contrário.
Já visitei o centro, descobri 10 cafés que quero visitar e partilhar convosco aqui pelo blog e já tenho planos de viagens para fazer a partir de Copenhaga – a vantagem de estar cá mais para cima na Europa é a curta distância a que me encontro de grandes cidades.
Por isso, não é o fim do mundo... pelo contrário.
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